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Taxa de Esforço: O que é e como podemos calcular

aprenda como calcular a taxa de esforço

Já alguma vez lhe negaram um crédito e justificaram a reprovação com a taxa de esforço? Sem dúvida, esta taxa é essencial para saber se alguém pode, ou não, fazer um empréstimo pois indica aquilo que essa pessoa pode pagar tranquilamente.

Quando lhe pedem os seus comprovativos de IRS e os seus recibos de vencimento, as instituições financeiras estão, na verdade, a reunir os dados que precisam para calcular qual a taxa de esforço. É o resultado dessa taxa que lhe vai indicar se o crédito é, ou não aprovado!

Mas do que se trata? Como calculamos? É precisamente isso que veremos neste artigo!

O que é Taxa de Esforço?

A taxa de esforço é a percentagem do rendimento do agregado familiar para o pagamento de prestações de créditos. Ou seja, ao calcularmos esta taxa, percebemos a percentagem que o agregado familiar tem disponível para o pagamento das suas contas, como a água, ou a TV a cabo, internet, comida, entre outros.

Para que o agregado familiar viva de forma tranquila e confortável, é importante que esta taxa não ultrapasse os 33%, e geralmente é este o valor que as instituições financeiras têm em conta na hora de aprovar o crédito. 

Só no caso do crédito à habitação é que os bancos consideram o limite máximo de 40% para a taxa de esforço, muito porque se trata de empréstimos de valores altos e com um prazo alargado de pagamento.

Sabendo que a prestação do empréstimo para a casa costuma ser o maior encargo das famílias, é normal que a taxa de esforço neste caso seja maior. Assim, conseguem evitar problemas em casos de desemprego, doença, ou outras alterações que poderiam levar a um sobre-endividamento do agregado familiar.

Leia também: Como transferir crédito habitação para outra pessoa

Como calcular a taxa de esforço?

A fórmula para calcular a taxa de esforço é a seguinte: 

  • T. de Esforço = (Encargos mensais com crédito / Rendimento líquido total do agregado) x 100

Antes de pedires um empréstimo, é bom saberes qual a tua taxa, até para evitar reprovações desnecessárias. Nos cálculos não entram despesas como gás, eletricidade, água ou internet, por exemplo. 

Neste cálculo entram apenas os encargos com prestações de crédito, como, por exemplo, crédito pessoal, habitação, automóvel, cartão de crédito, ou outros. Se estiver numa casa alugada, a renda também é incluída nos encargos para o cálculo da taxa de esforço.

Exemplos:

Para percebermos melhor, vamos ver um exemplo claro. Imaginemos que o casal A tem um rendimento líquido mensal de 1500 euros. 

Os dois têm um cartão de crédito com um plaflond de 300 euros e contraíram um empréstimo para uma viagem de 5 mil euros. No total, eles têm de encargos mensais 150 euros, 30 e 120 euros respetivamente ao cartão de crédito e ao empréstimo para a viagem.

Ora, se for buscar a fórmula da taxa de esforço temos: 

  • (150/1500) x 100 = 10%

O casal A tem uma taxa bastante baixa, e poderia perfeitamente pedir um empréstimo sem que isso os colocasse em risco de reprovação. Como a taxa limite é, regra geral, 33%, ainda têm um “plafond” de 23%.

Vejamos agora o exemplo do casal B. Juntos têm um rendimento líquido mensal de 2500 euros. Fizeram um empréstimo pessoal de 10000 euros, cuja prestação é de 250 euros.

Fizeram outro empréstimo para comprar um carro melhor de 22000 euros, cuja prestação é de 378 euros. Cada um tem um cartão de crédito com um plafond de 1000 euros e pagam, cada um, uma prestação de 100 euros. Sendo assim, de encargo mensais, o casal B tem 

Vamos agora calcular esta taxa:

  • (828/2500) x 100 = 33,12%

Com esta taxa de esforço já no limite, o casal B não terá como pedir mais nenhum empréstimo. Ou seja, caso aconteça algum imprevisto, não terão como ter a ajuda de um crédito. 

Estes são exemplos simples, apenas para perceber como calcular. Caso não tenha um crédito á habitação e esteja a pagar uma renda, inclua esse valor nos encargos financeiros também. 

Se já calculou a sua taxa e ela está muito alta, está na hora de agir para tentar reduzir o esforço financeiro que faz todos os meses. Como? É isso que veremos agora!

calculando taxa de esforço

Como reduzir a taxa de esforço?

Se calculou a sua taxa e ela é muito alta, então já deve ter percebido que todos os meses lhe sobra pouco dinheiro para o dia a dia. Isso acontece quando tem várias prestações ao banco para pagar, ou quando tem prestações muito altas. 

Mas o que pode fazer para tentar diminuir esse esforço? Veja as nossas dicas!

Renegociar crédito

O primeiro passo é tentar renegociar os seus créditos. Esta é a melhor opção quando tem um empréstimo com uma prestação muito elevada. Pode, por exemplo, pedir para aumentarem o prazo de pagamento, e assim acaba por conseguir prestações mais baixas. 

Existe ainda a solução de transferir o crédito para outra instituição bancária que lhe ofereça melhores condições. No entanto, esta é uma situação mais comum nos créditos à habitação, não tanto nos restantes tipos de financiamento. 

Consolidar créditos

Se a tua taxa de esforço se deve a uma grande quantidade de empréstimos, embora com prestações relativamente baixas, a melhor opção é a consolidação de crédito. 

Em vez de pagar várias prestações, vai pagar apenas uma. Quando faz a consolidação, faz um novo contrato de crédito, mas para o valor total dos outros empréstimos que tinha. Assim consegue prazos de pagamento mais alargados e, consequentemente, prestações mais baixas. 

Leia também: fique sabendo qual o melhor banco para consolidar crédito

Concluindo:

Como vimos, as instituições financeiras levam em consideração a taxa de esforço para aprovar ou reprovar um crédito. De facto, todas as famílias precisam de um fundo para viverem. Não se consegue viver com metade, ou mais, do orçamento familiar comprometido para o pagamento de prestações de crédito.

Sendo assim, é fundamental manter o controlo das finanças pessoais, para que essa taxa nunca seja elevada. É a qualidade de vida familiar que está em causa e por isso é importante ter as suas finanças organizadas. 

O pedido de um empréstimo tem sempre de ser ponderado. Não pode esquecer que qualquer empréstimo tem custos com juros, então, se puder poupar o dinheiro antes, é o ideal! 

É claro que sabemos que nem sempre isso é possível. No entanto, todos os gastos que temos têm de ser calculados e todas as prestações muito bem estudadas e planeadas, para não comprometer a saúde financeira do agregado familiar. 

Como tal, tenha sempre em mente que a sua taxa de esforço nunca deve ultrapassar os 33%, mas lute para que ela esteja o mais próxima do 0% possível.